Você teve sequelas pós-covid-19? Veja as mais comuns

O blog Vida Saudável, do Hospital Israelita Albert Einstein listou os sintomas mais comuns no pós-alta de covid-19. Os sintomas foram observados principalmente em pacientes com quadros graves, que precisaram de internação e UTI.

Os principais sintomas são fadiga, cansaço, fraqueza, mal-estar, falta de ar ou dificuldade para respirar, respiração curta, fibrose nos pulmões ou rins, perda de paladar e olfato, podendo ser temporária ou duradoura, dores de cabeça, dores ou fraqueza musculares, dificuldades de linguagem, raciocínio, concentração e memória, distúrbios do sono, como a insônia,
depressão e ansiedade, como também o agravamento de doenças preexistentes.

As complicações que podem se agravar envolvem principalmente os pulmões, os rins e as condições de doenças preexistentes. Já quadro de sequelas não graves, mas também bem persistentes se relacionam com prejuízos no olfato e paladar, assim como sintomas ansiosos e depressivos.

A maior parte dos pacientes tem nenhuma, pouca ou média falta de ar e dificuldade de respirar, mas nos casos mais graves pode evoluir à fibrose pulmonar, cicatrização do tecido após dano, ou bronquiolite obliterante, quando as células não conseguem se recuperar após inflamação ou infecção dos pulmões.

Uma vez que o sistema imunológico está mais fragilizado por conta da infecção do novo coronavírus, células inflamatórias podem acometer também os rins, gerando um processo de fibrose, similar a cicatrizes, nesses órgãos, e em alguns poucos casos pode ocorrer insuficiência renal aguda e até necessidade de diálise.

Pessoas que já tinham doenças podem ter seus sintomas piorados. Por exemplo, alguém que tinha diabetes leve pode evoluir a um quadro mais difícil de controlar e tratar. Ainda não há uma resposta precisa do porquê isso acontece, assim como não existem respostas para a alteração de doenças preexistentes causada pela chikungunya.

Os pacientes também se queixam com frequência de problemas psicológicos causados pelo coronavírus. Os abalos e impactos mentais podem ocorrer pelos mais diversos motivos, já associados ao fato de estarmos vivendo uma pandemia, mas predominam na mente dilemas como o medo da morte, de ser reinfectado ou de que alguma pessoa próxima seja contaminada pelo vírus.

O fato de a covid-19 ser, por vezes, muito agressiva, tem deixado uma sequela pós-traumática das mais delicadas e que precisa de acompanhamento profissional, preferencialmente.

Sintomas ansiosos também são relatados, indicados por palpitações, sudorese, taquicardia, inquietação e preocupação exacerbada. Os números de recuperados da doença com esses sintomas giram em torno de 15% a 20% — o que é ainda mais preocupante, haja vista que esses números já eram elevados por aqui no cenário pré-covid.

Sintomas persistentes menos comuns pós-covid-19 são dor no peito, palpitações, hipertensão e outros cardiovasculares, tontura, tromboses, bexiga neurogênica, comdificuldade de urinar de forma espontânea, queda de cabelo, diarreia, dores abdominais, náusea, apetite reduzido

Outros sintomas menos relatados, mas que merecem consideração são: impotência sexual ou perda de libido, alucinações e delírios, acidente vascular cerebral (AVC), convulsões, inflamação de nervos, zumbido, dores de ouvido, dores de garganta, febre, erupções cutâneas, anorexia, entre outros.

Reabilitação pós-covid-19

Grande parte das consequências ocorre por conta do processo inflamatório exacerbado desencadeado pelo novo coronavírus chamado de tempestade inflamatória, além de agravamentos nos pulmões e rins e seus sintomas, bem como a própria internação e seus impactos, como na mobilidade e na circulação. Por isso, pode ser necessária reabilitação específica para uma recuperação satisfatória.

A ciência continua investigando possíveis sequelas permanentes, entretanto a maior parte dos quadros pode ser resolvida com ajuda médica. Recuperados da doença devem ficar atentos às suas condições gerais de saúde, a incômodos e sintomas intensos e prolongados, e o cuidado pós-alta é essencial para a recuperação plena.

Fonte: Hospital Israelita Albert Einstein – Blog Vida Saudável