O Brasil e o mundo da fotografia amanheceram de luto com a partida de Sebastião Salgado, lendário fotógrafo mineiro nascido em Aimorés, que faleceu na quinta-feira (23), em Paris, aos 81 anos. Ele enfrentava problemas decorrentes de uma malária que adquiriu nos anos 1990.
Conhecido internacionalmente por retratar com sensibilidade e profundidade as questões humanitárias e ambientais do planeta, Salgado também deixou um legado duradouro por meio do Instituto Terra, projeto ambiental fundado há 27 anos por ele e sua esposa, Lélia Wanick Salgado, em sua terra natal — Ipanema, região de Aimorés, em Minas Gerais. O instituto exibe um laço preto em sua entrada, em sinal de luto pela morte de seu sócio-fundador.
Localizado em uma área que antes era uma fazenda degradada, o Instituto Terra nasceu de um sonho ambicioso: recuperar o ambiente e promover educação ambiental. O trabalho iniciado há mais de 27 anos transformou milhares de hectares de terra devastada em um verdadeiro santuário de biodiversidade, com mais de 3,5 milhões de árvores plantadas. Além disso, o instituto tornou-se referência mundial em restauração ecológica e gera cerca de 150 empregos diretos na região.
Após o rompimento da barragem em Mariana (MG), em 2015, o Instituto Terra intensificou seus esforços e ampliou seu alcance, ajudando comunidades afetadas e fortalecendo iniciativas de recuperação de nascentes e sistemas produtivos sustentáveis. Segundo relatos de colaboradores e familiares, o instituto possui um planejamento estratégico de longo prazo e continua com suas atividades plenamente ativas, garantindo a continuidade do legado de Salgado.
Sérgio Rangel Gomes, diretor do Instituto Terra, falou sobre a perda irreparável representada pela morte de Sebastião Salgado, destacando o papel fundamental que ele desempenhou na história da fotografia, das artes, da proteção ambiental e das lutas por justiça social e melhores condições de vida para as populações mais vulneráveis. Segundo Sérgio, o instituto, fundado há 27 anos, cresceu, floresceu e deu muitos frutos ao longo desse tempo.
Ouça o áudio do diretor do Instituto Terra, Sérgio Rangel:


