Um protesto por melhorias na Rodovia ES 456, conhecida como Rodovia Primo Bitti, em Coqueiral de Aracruz, no município de Aracruz, terminou em confusão na tarde desta quinta-feira (7). A
manifestação, organizada por indígenas da região devido aos buracos na pista que têm causado diversos acidentes, foi marcada por um momento de tensão quando um motorista tentou atravessar o bloqueio e acabou cercado pelos manifestantes. Ninguém ficou ferido, e o incidente foi registrado em vídeo.
Segundo a Polícia Civil, uma viatura da Divisão de Engenharia e Manutenção Predial retornava de uma visita técnica à cidade e precisou atravessar o bloqueio. Os manifestantes permitiram a passagem do veículo oficial, mas o motorista de um Logan branco, que seguia logo atrás, tentou forçar a passagem e foi impedido pelos participantes do protesto.
O condutor deixou o local após o tumulto, mas foi localizado em um posto de combustíveis próximo. Visivelmente nervoso, ele foi orientado e se apresentou na 1ª Delegacia Regional de Vitória.
Em depoimento, afirmou que decidiu passar com seu carro ao ver a viatura sendo liberada, mas foi impedido pelos indígenas, que teriam tentado retirá-lo à força do veículo. Segundo ele, o carro foi danificado com pedaços de madeira e barras de ferro, resultando na quebra do vidro traseiro esquerdo, do retrovisor e da lanterna. A Polícia Civil informou que o caso será investigado.
Encerramento do protesto
A manifestação durou quatro dias e chegou ao fim por volta das 17h da mesma quinta-feira, após um acordo entre a Prefeitura de Aracruz, o Departamento de Edificações e de Rodovias do Espírito Santo (DER-ES) e o Ministério Público Estadual (MPES).
De acordo com o DER-ES, o diálogo com as comunidades indígenas é constante. Na segunda-feira (4), representantes do órgão se reuniram presencialmente com lideranças e moradores de uma das aldeias da região.
Uma segunda reunião, desta vez virtual, foi realizada na quarta-feira (6) com participação do Ministério Público Federal (MPF), da Funai, da Prefeitura de Aracruz, da cacica Marcela e de outros membros da comunidade.
Na ocasião, o DER-ES apresentou duas propostas: a primeira, de recapeamento asfáltico imediato da rodovia; a segunda, de um projeto mais amplo de reabilitação, com construção de calçadas e ciclovia, o que demandaria mais tempo para licitação e execução.
Como nem todos os caciques das aldeias envolvidas participaram das reuniões, decidiu-se aguardar novas consultas com as demais lideranças para que haja consenso sobre qual proposta será levada adiante. Uma nova reunião está prevista para a próxima semana.