O ministro da Previdência Social informou que o presidente Lula determinou que a devolução dos valores indevidos aos segurados seja realizada o mais rápido possível. O projeto de ressarcimento está em discussão interna na Casa Civil, envolvendo órgãos como o STF, CNJ e MPF, e será divulgado oficialmente assim que for lançado. Segundo o ministro, o processo será realizado de forma ágil, sem burocracia e sem custos adicionais para os beneficiários, que não precisarão solicitar o cancelamento de descontos ou comparecer às agências do INSS.
Waller Júnior, novo presidente do INSS, alertou os segurados sobre possíveis golpes relacionados ao programa de devolução. Ele garantiu que todas as orientações sobre o procedimento de ressarcimento serão divulgadas pelos canais oficiais do instituto, evitando assim fraudes. Além disso, o ministro afirmou que, antes de reabrir a possibilidade de descontos na folha de pagamento, o INSS adotará medidas de segurança, como reconhecimento facial, cruzamento de dados e visitas a associações suspeitas de irregularidades.
A nomeação de Waller Júnior ocorreu após o escândalo envolvendo descontos irregulares nos benefícios do INSS, que levou à saída de Alessandro Stefanutto do cargo. O secretário-executivo da Previdência, Wolney Queiroz, assumiu como novo ministro na última sexta-feira, após a demissão de Carlos Lupi, que alegou ter tomado a decisão por não ter sido citado nas investigações em andamento.
Investigações da Polícia Federal e da CGU apontam fraudes envolvendo descontos indevidos em aposentadorias e pensões do INSS, que podem ter causado desvios de até R$ 6,3 bilhões desde 2019. Sindicatos e associações cadastravam aposentados e pensionistas sem consentimento, aplicando descontos ilegais na folha de pagamento. Até o momento, 11 entidades estão sendo investigadas na operação Sem Desconto, que busca esclarecer a extensão das irregularidades e responsabilizar os envolvidos.