A Polícia Civil do Espírito Santo (PCES), concluiu, as investigações da morte de Danilo Lipaus Matos, de 20 anos, que ocorreu durante uma ação da Polícia Militar do Espírito Santo (PMES), na madrugada do dia 01º de fevereiro, no bairro Aeroporto, em Colatina. As investigações apontam que quatro policiais militares poderão responder por responsabilidades no caso da morte do vistoriador, atingido por cinco disparos durante uma abordagem.
Dois agentes foram indiciados por tentativa de homicídio, enquanto outros dois podem responder por homicídio culposo, dependendo da jurisdição — Justiça comum ou Militar. A Polícia Civil reforçou que as imagens das câmeras demonstram disparos após Danilo passar com o veículo, contrariando a justificativa inicial dos policiais de que os tiros visavam evitar um atropelamento.
Segundo o delegado responsável pelas investigações, Tarik Souki, o padrão de disparos foi considerado desproporcional e evitável, evidenciando uma ação que extrapolou a legítima defesa. O jovem morreu após uma perseguição que teve início por suspeitas relacionadas a assaltos na região, e Danilo foi morto na quarta tentativa de abordagem. A Polícia Civil também identificou indícios de crime militar na conduta de sete militares envolvidos, com quatro deles sendo apontados por transgressões disciplinares e criminais.
Entretanto, há divergências de entendimento sobre a natureza do caso. A Polícia Civil concluiu que o homicídio deve ser julgado pelo júri popular, enquanto a Corregedoria da Polícia Militar e o Ministério Público Militar indicam que a ação foi dolosa, ou seja, com intenção de matar, encaminhando o caso à Justiça Militar. A decisão final sobre o Tribunal competente está aguardando manifestação do Ministério Público, após o juiz ter encaminhado os autos ao Tribunal do Júri.