Com um novo contrato de concessão previsto para ser leiloado em 26 de junho, a duplicação do trecho Norte da BR-101 no Espírito Santo, antes descartada, volta a ser uma possibilidade real. O novo modelo, já aprovado pelo Tribunal de Contas da União (TCU), prevê que a expansão da rodovia seja acionada por “gatilhos” contratuais, ativados conforme o aumento do fluxo de veículos. Nos primeiros três anos, o foco do investimento de mais de R$ 10 bilhões será a duplicação de outros trechos prioritários e a modernização da via.
A futura duplicação do trecho Norte dependerá diretamente do nível de serviço da rodovia. De acordo com Roberto Amorim Junior, presidente da Ecovias 101, a concessionária responsável deverá apresentar um estudo em até três anos para definir os parâmetros. Quando o tráfego se intensificar a ponto de o nível de serviço cair para um patamar considerado congestionado (classificação “D” no manual técnico), o gatilho para a duplicação completa será acionado, com exceção dos 25 quilômetros que cruzam a Reserva de Sooretama.
Enquanto a duplicação completa não se torna uma necessidade, o plano inicial para o trecho ao norte de Linhares é a implementação de 41 quilômetros de terceiras faixas. Essas faixas adicionais serão construídas em pontos críticos, como subidas e curvas acentuadas, para facilitar a ultrapassagem segura de veículos pesados e melhorar a fluidez. A medida visa garantir mais segurança viária e reduzir o tempo de viagem para motoristas e para o transporte de cargas.
Além das terceiras faixas, o contrato prevê a construção de dispositivos de entroncamento em desnível, como viadutos e passarelas, em áreas urbanas. O objetivo dessas obras, que serão realizadas independentemente da duplicação total, é eliminar os conflitos de tráfego em cruzamentos e melhorar a segurança para pedestres, ciclistas e motoristas. As melhorias, discutidas durante o painel “Espírito Santo: O novo hub logístico do Brasil”, são vistas como essenciais para a infraestrutura do estado.