Médica é demitida de Hospital de Pinheiros após encaminhar idosa com sintomas de AVC para São Mateus

Uma médica de 26 anos foi demitida do Hospital Municipal de Pinheiros após um conflito com uma colega reguladora do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) durante uma tentativa de atendimento a uma paciente de 63 anos com sintomas de AVC, na manhã de quarta-feira, 28 de abril.

A divergência ocorreu porque a médica plantonista considerou que o hospital não possuía estrutura adequada para tratar o caso, recomendando o encaminhamento imediato ao Hospital Estadual Roberto Silvares, em São Mateus. Já a reguladora do Samu orientou que a paciente fosse levada ao hospital local para realização de exames, incluindo um eletrocardiograma devido à dor no peito. A discussão resultou na recusa da médica plantonista em receber a paciente, levando à sua demissão pela prefeitura de Pinheiros, que alegou falha na condução do atendimento.

Segundo o boletim de ocorrência, a equipe do Samu foi acionada para resgatar a idosa, que apresentava sinais de AVC, como hemiparesia, desvio de comissura labial e afasia. Após avaliação prévia, a equipe foi orientada a encaminhá-la inicialmente ao hospital de Pinheiros devido à dor no peito. No entanto, a médica plantonista se recusou a realizar o exame solicitado, argumentando que a unidade local não tinha suporte especializado para casos de AVC, preferindo o encaminhamento direto ao hospital de referência em São Mateus. A situação foi acompanhada por policiais militares, que registraram o incidente.

A prefeitura de Pinheiros confirmou que a paciente foi atendida na unidade, mas não realizou o eletrocardiograma, sendo posteriormente transferida em uma ambulância UTI móvel do Samu para o hospital de São Mateus. A administração municipal declarou que houve falha na condução do atendimento e que a médica envolvida foi afastada. A demissão, segundo a prefeitura, decorreu de uma decisão da equipe de saúde terceirizada responsável pelos plantões médicos.

O Conselho Regional de Medicina do Espírito Santo (CRM-ES) manifestou preocupação com o afastamento da profissional antes de uma apuração formal, ressaltando a necessidade de processos justos e o respeito aos direitos dos profissionais de saúde. Eles reforçaram a importância de seguir protocolos claros e garantir investigações imparciais em casos de incidentes profissionais e destacou que todas as ações devem respeitar o devido processo legal.

A Polícia Civil reiterou a necessidade de registro oficial por parte da paciente ou de seus familiares para que o caso seja investigado oficialmente.

A Secretaria de Estado da Saúde informou que a paciente foi inicialmente levada ao hospital local, mas, devido à negativa de atendimento, foi regulada para uma unidade de referência, priorizando sua segurança e um atendimento adequado.