Diante dos registros de Influenza Aviária de Alta Patogenicidade (H5N1) no Espírito Santo, as equipes do Instituto de Defesa Agropecuária e Florestal (Idaf/ES) reforçaram as ações de orientação à população e vigilância das propriedades com aves localizadas no entorno de onde foram encontrados animais que testaram positivo para a doença.
De acordo com o diretor técnico do Idaf, Janil Ferreira, o Serviço Veterinário Oficial estadual tem empenhado esforços para impedir a disseminação da influenza no estado. “Nossos servidores estão comprometidos no monitoramento e nas ações educativas, de modo que a população esteja devidamente orientada sobre como agir caso avistem animais com sintomas da doença. Também temos acionado profissionais de outras formações para contribuir nesse trabalho de conscientização, com apoio fundamental da Gerência de Educação Sanitária e Ambiental do Idaf”, destacou Ferreira.
Reforço
O Idaf também tem contado com reforço de médicos-veterinários da Companhia Integrada de Desenvolvimento Agrícola de Santa Catarina (Cidasc), que estão no Estado desde a última quarta-feira (24) e seguem até esta quarta-feira (31).
De acordo com o gerente de Defesa Sanitária e Inspeção Animal do Idaf, Raoni Cipriano, o apoio da Cidasc foi fundamental. “A sensibilidade e a parceria de somar esforços neste momento desafiador certamente fazem a diferença para otimizar o trabalho que já vinha sendo desenvolvido de forma exemplar pelo Serviço Veterinário Estadual. Os profissionais da Cidasc estão auxiliando as equipes do interior nas atividades de campo e contribuindo nas ações de coordenação. A experiência de um Estado que é um dos maiores produtores e exportadores de aves do Brasil certamente agrega bastante”, comentou Cipriano.
O diretor de Defesa Agropecuária da Cidasc, Diego Torres Severo, informou que o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) solicitou o apoio da Companhia à situação do Espírito Santo e o pedido foi prontamente atendido. “Vemos como uma parceria essencial essa atuação conjunta, fortalecendo ambos os lados. Certamente essa bagagem adquirida em campo, com uma doença até então sem ocorrência no Brasil, contribuirá para que os colegas da Cidasc possam desempenhar de forma mais precisa as ações de combate à influenza aviária”, disse Severo.
Segundo a coordenadora estadual de Sanidade Avícola da Cidasc, Carolina Damo Bolsanello, que também está no Espírito Santo, as equipes de Santa Catarina colaboraram com ações de vigilância em propriedades localizadas no entorno dos casos de influenza aviária, na busca ativa de aves com sinais compatíveis com a doença, além orientação aos produtores da região.
“Auxiliamos ainda na organização do centro de operações de emergências zoossanitárias e na construção compartilhada de um manual tático operacional para a atuação neste tipo de situação, em aves silvestres. Considero extremamente importante essa troca de informações e experiências no combate a estas enfermidades, tão fundamental para a saúde animal, humana e ambiental”, salientou Carolina Bolsanello.
Ações educativas
Os servidores estão realizando reuniões e palestras com o poder público municipal, produtores rurais, instituições de ensino, entre outros públicos. O objetivo é ampliar ao máximo as informações sobre a influenza aviária, de forma que todos estejam aptos a proceder caso haja foco da doença na região.
Em Nova Venécia, por exemplo, além das vistorias nas propriedades realizadas pela equipe local, o médico-veterinário do Idaf Thiago Viana participou de reunião com produtores rurais para falar sobre a influenza aviária. Ele contou com o apoio do coordenador de Prevenção e Vigilância de Doenças Animais do Ministério da Agricultura, Guilherme Takeda, que também esteve no Estado para direcionar o trabalho de monitoramento da doença.
Em Castelo, o médico-veterinário Tiago Nakano participou do 2º Capacita Castelo, promovido pela Secretaria Municipal de Agricultura e de reunião técnica com diretores, médicos-veterinários e produtores integrados responsáveis por granjas do estado.
Também foram realizados encontros ou ações de orientação em Águia Branca, João Neiva, Itapemirim, Linhares, Mimoso do Sul, Santa Maria de Jetibá, São Gabriel da Palha, Marataízes, Piúma e na Grande Vitória.
Todas as ações estão sendo desenvolvidas em estreito alinhamento com os demais órgãos do Governo do Estado, como a Secretaria da Agricultura, Abastecimento, Aquicultura e Pesca (Seag), Secretaria de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Seama), Secretaria da Saúde e Instituto Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Iema), além do Ministérios da Agricultura e Pecuária e da Saúde e as representações do setor produtivo da avicultura comercial.
Ilhas Costeiras
Com os registros de Influenza Aviária de Alta Patogenicidade (H5N1) no Espírito Santo, em sua maioria em aves marinhas, o Instituto Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Iema) realizou vistorias em ilhas costeiras de Vitória, Vila Velha e Guarapari no domingo (28) e segunda-feira (29).
As ações serviram para checar a presença de aves marinhas com suspeita do vírus, visto que os locais são utilizados pelos animais para alimentação, abrigo ou reprodução. As vistorias contaram com o uso de drone, para evitar o desembarque nas ilhas.
“Até o momento, nestes locais, não foram encontrados indícios de mortalidade de aves. O Iema segue atuando, em parceria com os demais órgãos, para impedir a disseminação da influenza no Estado”, destacou a coordenadora de Fauna do Instituto, Joseany Trarbach.
No primeiro dia, a vistoria foi realizada em Vila Velha e Vitória nas seguintes ilhas: Jucu, das Garças, Itatiaia, Pituã, dos Pacotes, da Monimba, dos Cordos, do Sapo, do Socó, dos Índios, Rasa, das Cobras, Galheta de Fora e Galheta de dentro. Já em Guarapari, foi vistoriado o arquipélago das Três Ilhas, que faz parte da Área de Proteção Ambiental de Setiba.
As vistorias contaram também com o apoio do Instituto de Pesquisa e Reabilitação de Animais Marinhos (Ipram), que operacionaliza o Centro de Triagem e Reabilitação de Animais Silvestres (Cetras) do Iema.