Greve mobiliza 3,8 mil servidores e afeta mais de 10 órgãos do governo do ES

A greve dos servidores públicos estaduais do Espírito Santo teve início nesta terça-feira (7), com a adesão de aproximadamente 3.800 profissionais de 14 secretarias e autarquias do Executivo estadual.

Entre os órgãos afetados estão:

  • Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper)
  • Instituto de Defesa Agropecuária e Florestal (Idaf)
  • Departamento Estadual de Trânsito (Detran)
  • Instituto Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Iema)
  • Secretaria de Gestão e Recursos Humanos (Seger)
  • Secretaria de Estado da Cultura (Secult)
  • Secretaria de Estado da Educação (Sedu)
  • Agência de Regulação de Serviços Públicos (Arsp)
  • Diário Oficial (DIO)
  • Instituto de Atendimento Socioeducativo (Iases)
  • Departamento de Edificações e de Rodovias (DER)
  • Instituto de Pesos e Medidas (Ipem)

A paralisação envolve também manifestações e piquetes, como o ocorrido pela manhã em frente à sede da Seger.

De acordo com Renata Setúbal, presidente do Sindipúblicos, o movimento foi aprovado em assembleia no dia 1º de outubro e tem como principal reivindicação a reestruturação das carreiras. Segundo ela, algumas categorias acumulam defasagem salarial superior a 50%.

“Durante a pandemia, os salários ficaram congelados, e nos anos seguintes os reajustes foram sempre abaixo da inflação”, afirmou Renata.

O sindicato defende que a reestruturação proposta resultaria em uma recuperação média de 30% nos salários, com impacto estimado em apenas 1,1% na folha de pagamento estadual. A entidade também aponta disparidades no tratamento entre diferentes categorias do Executivo, alegando que setores como segurança pública e analistas fiscais já foram beneficiados com reestruturações.

O Sindipúblicos afirma estar cumprindo a exigência legal de manter ao menos 30% das atividades funcionando, mas já há reflexos nos serviços prestados à população.

No Detran, por exemplo, há risco de atraso na emissão e renovação de carteiras de habilitação. Já no Incaper e no Idaf, a paralisação afeta fiscalizações e a liberação de produtos agropecuários, o que pode impactar a agricultura familiar. Nas escolas estaduais, agentes de suporte educacional, responsáveis por registros e documentação escolar, também aderiram à greve.

Até o momento, o governo do Estado não apresentou proposta de reajuste. Em reunião com o sindicato na segunda-feira (6), o vice-governador Ricardo Ferraço afirmou não conhecer em detalhes as reivindicações, mas se comprometeu a encaminhá-las à Casa Civil e à Seger.

Em nota, a Secretaria de Gestão e Recursos Humanos informou que o movimento ocorre, até agora, sem prejuízos graves à prestação dos serviços públicos.