ES entre estados em situação crítica e crescente para casos de síndrome respiratória grave

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O Espírito Santo está entre os 16 estados que  apresentam incidência de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) em níveis de alerta, risco ou alto risco, porém sem sinal de crescimento na tendência de longo prazo.

Junto com o estado capixaba estão Acre, Alagoas, Bahia, Goiás, Maranhão, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Paraná, Pará, Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro, Rondônia, Santa Catarina e Sergipe. O novo Boletim InfoGripe da Fiocruz constatou que os casos de SRAG no ES chegou a 2.284, sendo 262 mortes.

Pesquisadora do Programa de Computação Científica da Fiocruz e do InfoGripe, Tatiana Portela ressaltou a importância de verificar se estão em dia com a vacina da Covid-19, especialmente idosos e imunocomprometidos, que precisam tomar doses de reforço a cada seis meses.

“Como em alguns estados os casos de SRAG por influenza A continuam altos, também é importante estar em dia com a vacina contra a gripe”, orienta Portella.

O último boletim da Secretaria de Saúde do Espírito Santo (Sesa) aponta que nas duas últimas semanas foram registrados três óbitos em idosos, porém nenhum com identificação viral. Esse dado reforça a estabilização dos óbitos, assim como dos casos, relacionados aos vírus sazonais influenza e VSR.

Das 27 capitais, oito apresentam nível de atividade de SRAG em alerta, risco ou alto risco (últimas duas semanas) com sinal de crescimento de SRAG na tendência de longo prazo (últimas 6 semanas) até a semana 31: Belém (Pará), Campo Grande (Mato Grosso do Sul), Cuiabá (Mato Grosso), João Pessoa (Paraíba), Maceió (Alagoas), Manaus (Amazonas), Salvador (Bahia) e Vitória (Espírito Santo).

Situação nacional

Em nível nacional, os casos notificados de SRAG têm sinal de queda nas tendências de longo prazo (últimas seis semanas) e de curto prazo (últimas três semanas). Referente ao ano epidemiológico 2025, já foram notificados 150.615 casos de SRAG, sendo 80.577 (53,5%) com resultado laboratorial positivo para algum vírus respiratório, 51.291 (34,1%) negativos, e ao menos 8.853 (5,9%) aguardando resultado laboratorial.

Dentre os casos positivos do ano corrente, observou-se que 25,7% são de influenza A, 1,1% de influenza B, 46% de VSR, 23,6% de rinovírus, e 7% de Sars-CoV-2 (Covid -19).

Rinovírus

Um a cada quatro amostras que o Laboratório Central de Saúde Pública do Espírito Santo (Lacen/ES) recebeu nas últimas semanas epidemiológicas por suspeita de Síndrome Gripal foi positiva para infecção por rinovírus. O aumento dos casos é um alerta da Secretaria da Saúde (Sesa), uma vez que, embora seja associado aos resfriados comuns, ele pode levar a casos graves e óbitos.

Entre 13 de julho e 3 de gosto, dos 1.672 testes realizados para a detecção de vírus respiratórios, 428 foram positivos para o rinovírus, representando 25% de positividade dos testes. Ainda de acordo com o laboratório, nas últimas semanas, a detecção de rinovírus tem superado aos casos de influenza e demais vírus respiratórios.

O aumento de casos por rinovírus também é identificado no último Informe Epidemiológico das Vigilâncias das Síndromes Gripais, publicado na última quinta-feira (31). O material aponta que entre as SE 28 e 30, 65% dos vírus respiratórios identificados em Unidades Sentinelas de Síndrome Gripal (SG) no Estado foram por rinovírus.

Em relação aos casos mais graves, como a Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG), o Informe apresenta que, durante o mesmo período de análise, o rinovírus representou 50% dos vírus identificados, superando os casos por influenza. Há ainda, nas SE 28 a 30, a notificação de um óbito em uma criança menor de 4 anos, com codetecção de Vírus Sincicial Respiratório (VSR) e rinovírus.

A médica e referência técnica da Vigilância da Influenza e Meningites, Mariana Ribeiro Macedo, explicou que por ser um agente viral altamente contagioso, o rinovírus causa boa parte dos resfriados comuns, mas reforçou que, apesar disso, pode levar aos casos graves.

“Na maioria das vezes, o indivíduo infectado desenvolve sintomas leves, podendo apresentar coriza, dor de garganta, tosse, espirros e congestão nasal. No entanto, alguns casos podem evoluir para a SRAG, sendo que as crianças pequenas estão entre os grupos mais suscetíveis”, informou.