Comissão de Segurança da Ales vai realizar audiência pública na Câmara de Nova Venécia

A Comissão de Segurança da Assembleia Legislativa vai realizar, na próxima quinta-feira (25), uma audiência pública para discutir a insegurança no Município. O evento vai acontecer na Câmara de Vereadores, a partir das 18h30.

O colegiado, presidido pelo deputado Delegado Danilo Bahiense (PL), vai debater a segurança, além de Nova Venécia, dos municípios de Mucurici, Montanha, Ponto Belo, Pinheiros, São Gabriel da Palha, Vila Valério e Boa Esperança. O tema segurança nas escolas, que foi objeto de um Projeto de Lei aprovado, de autoria dos vereadores Pedro Gonçalves e Damião Bonomette, também deverá ser abordado.

De acordo com dados da Secretaria de Estado da Segurança Pública (Sesp), Nova Venécia, de 1º de janeiro até a primeira quinzena de maio, registrou sete homicídios contra dois do mesmo período do ano passado: aumento de 250%.

“Nós manifestamos nossas preocupações com esse elevado número de homicídios. Tomando como base as informações divulgadas até abril, verificamos que as pessoas assassinadas eram jovens, com idades entre 25 e 32 anos. Certamente, pode haver ligações com o tráfico de drogas, que tem cada vez mais se ramificado para o interior do nosso Estado”, afirmou Bahiense, que por mais de 30 anos atuou na Polícia Civil.

Outro município que inspira atenção para as autoridades é São Gabriel da Palha. Por lá, as ocorrências fatais subiram 75%, passando de quatro homicídios, no ano passado, para sete.

“Sabemos que a cidade de São Gabriel da Palha, terra do elogiado café conilon, é muito visada para a colheita dos grãos, que recebe muitas pessoas de fora do Estado. Em algumas situações, lamentavelmente chegam indivíduos de alta periculosidade. Homicídios acabam acontecendo e a Operação Colheita, que já está em atividade, é fundamental para aumentar a segurança e, também, a sensação de segurança dos moradores”, contou o presidente da Comissão de Segurança da Assembleia Legislativa.

O deputado exemplificou que as polícias fazem o que podem, mas têm de lidar com carência nos efetivos. “A Polícia Civil deveria ter 3.821 servidores em seus quadros, mas atualmente tem apenas 2.400, enquanto a Polícia Militar, que deveria estar com 11 mil homens e mulheres, possui pouco mais de 8 mil, o que é lamentável. Assim, fica complicado realizar investigações e proteger nossas divisas, além de patrulhar o nosso campo”, disse Bahiense.

Para o deputado, segurança pública é preciso ser construída e executada em conjunto. “Não adianta nada nossas polícias fazerem seu trabalho, se não houve contrapartida. É preciso que haja políticas públicas, que os ambientes estejam organizados. Terrenos baldios capinados, iluminação pública em dia, praças em boas condições e saneamento básico, por exemplo, já são medidas que podem auxiliar. Claro que é preciso que as prefeituras tenham seus gabinetes de gestão integrada e que façam o dever de casa na educação, na promoção da cultura e de oportunidades para os seus cidadãos, tendo o Estado como parceiro nisso”, finalizou o parlamentar.

A Comissão de Segurança da Assembleia Legislativa tem realizado audiências públicas para debater temas relacionados à proteção e à criminalidade. Já foram feitos eventos em Colatina, Guaçuí, Vila Velha e Cachoeiro de Itapemirim.