Cesta básica de alimentos aumenta em 15 capitais brasileiras

A cesta básica de alimentos apresentou aumento em 15 capitais brasileiras em abril de 2025 em comparação a março, segundo dados do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese). As maiores variações ocorreram em Porto Alegre (5,3%), Recife (4%) e Vitória (4%), refletindo uma tendência de alta nos preços de alimentos essenciais na maior parte do país. O levantamento aponta que, em média, o custo da cesta mais cara, registrada em São Paulo, foi de R$ 909,25, enquanto os valores mais baixos foram observados em Aracaju (R$ 579,93) e Salvador (R$ 632,12).

No comparativo entre abril de 2024 e 2025, 15 das 17 capitais pesquisadas tiveram aumento no preço da cesta básica, com variações entre 3,92% em Natal e 10,5% em São Paulo. Apenas Salvador e Aracaju apresentaram reduções de 1,25% e 0,37%, respectivamente. Além disso, no acumulado dos quatro primeiros meses do ano, o custo dos alimentos aumentou em todas as capitais, com variações que vão de 4,39% em Brasília a 10,94% em Recife, indicando uma tendência de alta contínua.

O impacto dessas altas no custo de vida também é evidenciado na necessidade de reajuste do salário mínimo. O Dieese estima que, em abril de 2025, o valor necessário para suprir as despesas de uma família de quatro pessoas seria de R$ 7.638,62, representando 5,03 vezes o salário mínimo vigente de R$ 1.518. Essa discrepância reforça a insuficiência do mínimo atual para cobrir as despesas básicas das famílias brasileiras, especialmente em um cenário de alta nos preços de alimentos.

Além do aumento geral nos preços da cesta básica, produtos específicos também tiveram elevações relevantes. O preço do café em pó subiu em todas as cidades pesquisadas, com destaque para Vitória (15,5%). A batata, especialmente na região Centro-Sul, apresentou aumentos entre 11% em São Paulo e 35% em Porto Alegre. O tomate também teve alta em 15 capitais, com as maiores taxas em Porto Alegre (51,9%) e Vitória (34,2%). Já a carne bovina de primeira registrou aumento em 11 capitais, embora algumas cidades, como Salvador, tenham apresentado redução de preços. Essas variações reafirmam a pressão inflacionária sobre itens básicos, impactando diretamente o orçamento das famílias brasileiras.