Israel é atualmente uma das maiores potências globais em tecnologia e inovação no setor de segurança. É de lá que virão 1.529 fuzis de calibre .762, adquiridos pelo governo do Espírito Santo, que deverão chegar no início do próximo mês para reforçar a segurança no Estado.
A compra faz parte de um investimento superior a R$ 30 milhões, que inclui aquisições feitas pela Polícia Militar e pela Secretaria de Estado da Segurança Pública (Sesp).
Visita técnica a Israel
Uma comitiva do governo capixaba, liderada pelo secretário de Estado da Segurança Pública e Defesa Social, Leonardo Damasceno, passou cinco dias em Israel, onde visitou a fábrica Israel Weapon Industries (IWI), localizada no centro do país. Durante a visita, os integrantes da comitiva tiveram a oportunidade de inspecionar e testar os armamentos, assegurando a qualidade das unidades que serão entregues ao Espírito Santo.
A Polícia Militar comprou 1.039 fuzis, enquanto a Sesp adquiriu 490 unidades. Do total adquirido pela Sesp, 340 fuzis serão destinados à Polícia Militar e 150 à Polícia Civil. Assim, 1.379 fuzis irão para a Polícia Militar e 150 para a Polícia Civil, com a expectativa de que os novos armamentos estejam disponíveis para uso ainda este ano.
Modelos e especificações
Os fuzis adquiridos incluem dois modelos: o Arad 7, que será utilizado em patrulhas, e o Arad 7 DMR, uma versão equipada com luneta, ideal para disparos de longa distância e maior precisão, especialmente para a proteção de tropas em áreas de alto risco.
O Arad 7 tem um alcance efetivo de 300 a 800 metros, enquanto o Arad 7 DMR pode atingir distâncias de 500 a 1.000 metros.
“Esses novos armamentos serão distribuídos principalmente para as unidades operacionais e especializadas, como o Batalhão de Missões Especiais (BME), Batalhão de Ações com Cães, Força Tática, Batalhão de Polícia Ambiental e também para unidades que atuam nas divisas do Estado”, explicou o secretário Damasceno. A Coordenadoria de Operações e Recursos Especiais (Core), uma unidade de elite da Polícia Civil, também será equipada com esses fuzis.
Além desses, o governo do Estado já havia adquirido anteriormente outros armamentos israelenses, como o fuzil Arad 5, calibre 5.56.
Preparação e eficácia no combate ao crime
O objetivo da aquisição desses fuzis é aumentar a capacidade de resposta das forças de segurança, além de reforçar a dissuasão contra os criminosos. Segundo Leonardo Damasceno, a segurança pública exige um equilíbrio entre o investimento em pessoal, tecnologia, viaturas e armamento. “Estamos preparando nossas forças em todas as frentes para que elas estejam sempre prontas para cumprir sua missão”, destacou.
Ele também ressaltou que os policiais que irão utilizar os novos fuzis não precisarão de treinamento adicional, pois o manuseio e a estrutura dos novos armamentos são semelhantes aos que os policiais já utilizam, com exceção do calibre e do recuo.
O secretário enfatizou ainda que a aquisição não é uma resposta aos recentes conflitos no Rio de Janeiro, mas sim parte de um planejamento prévio para fortalecer o enfrentamento ao crime organizado. “A compra já estava prevista. Observamos o que acontece no Rio de Janeiro, que faz divisa com o Espírito Santo, e sempre nos antecipamos. As facções criminosas estão cada vez mais bem armadas, e é nosso dever fornecer aos policiais o melhor equipamento disponível”, afirmou Damasceno.
Novos investimentos à vista
Além de conhecer a fábrica da IWI, a comitiva capixaba também visitou outras empresas israelenses especializadas em equipamentos de inteligência. O governo do Estado já planeja novos investimentos na área de segurança para 2026, embora os detalhes ainda não tenham sido divulgados por questões estratégicas.
Sobre o fuzil ARAD-7
O IWI ARAD-7 foi projetado para uso pela infantaria, forças policiais e unidades especiais. Seu design semiautomático, com pistão a gás de curso curto e cano cromado forjado a martelo, proporciona alta precisão. Ele é capaz de engajar múltiplas ameaças rapidamente e com precisão a distâncias de até 800 metros.
O ARAD-7 DMR, versão de atirador designado, é uma arma de precisão destinada a operar em ambientes de combate. Equipado com luneta, ele permite disparos a distâncias de até 1.000 metros, oferecendo suporte estratégico durante operações em áreas de risco.
Curiosidade: O atirador designado, que utilizará o modelo ARAD-7 DMR, tem um papel distinto do sniper tradicional. Enquanto o sniper geralmente se posiciona em um local fixo para realizar tiros de longa distância, o atirador designado acompanha a tropa e fornece cobertura durante as operações.