Sobreviventes de ataque em Aracruz solicitam audiência com governador Casagrande na Ales

Duas professoras que sobreviveram ao ataque a tiros em escolas de Aracruz, ocorrido em 25 de novembro de 2022, participaram nesta semana da Tribuna Popular da Assembleia Legislativa do Espírito Santo (Ales). Sandra Regina Guimarães e Aristênia Torres pediram o apoio dos deputados para viabilizar uma audiência com o governador Renato Casagrande (PSB), junto aos demais sobreviventes da tragédia.

O atentado resultou em quatro mortes e deixou 12 pessoas feridas, algumas com sequelas graves. Durante a sessão, presidida pelo deputado Delegado Danilo Bahiense (PL), foi anunciado que o pedido será encaminhado ao governador com o apoio do presidente da Casa, deputado Marcelo Santos (União). “É essencial que essas vítimas sejam ouvidas, mesmo que suas reivindicações não possam ser imediatamente atendidas”, afirmou Bahiense.

A deputada Iriny Lopes (PT), responsável por convidar as professoras à tribuna, destacou que todas as vítimas do ataque eram mulheres, apontando um possível viés “machista e misógino” no crime.

Em sua fala, Sandra Regina cobrou mais atenção do Estado às vítimas. “Quatro vidas foram ceifadas e outras tantas marcadas para sempre. Quem sobreviveu não é mais a mesma pessoa. Não buscamos piedade, mas respeito e tratamento digno para nossos traumas”, disse.

Já Aristênia Torres, que ficou 21 dias internada após o ataque, criticou a falta de segurança nas escolas. “Ao chegar aqui, passamos por revista, câmeras e policiais armados. Mas nas escolas públicas, isso não existe — há apenas um vigilante patrimonial. Eu sou um milagre, como os outros 12 sobreviventes. E mesmo assim, nada mudou na segurança escolar”, alertou. Ela defendeu a adoção de medidas de proteção tanto em instituições públicas quanto privadas.

O deputado Coronel Weliton (PRD) considerou os relatos como “testemunhos emocionantes” e defendeu que o orçamento estadual de 2026, estimado em R$ 32 bilhões, inclua investimentos em segurança escolar. Bahiense também reforçou que já sugeriu ao Executivo a contratação de policiais militares da reserva para atuar nas escolas.

Os pedidos das sobreviventes repercutiram entre os parlamentares e agora serão encaminhados formalmente ao governador.