Cidades do Norte e Noroeste do ES terão radares reativados por ordem judicial

O chamado “apagão” de radares nas rodovias federais atinge diretamente as cidades de Colatina, Baixo Guandu, Nova Venécia, João Neiva e Ecoporanga, no Norte e Noroeste do Espírito Santo. Os equipamentos de fiscalização eletrônica deixaram de operar neste mês por falta de recursos, aumentando a preocupação com acidentes e a segurança viária.Diante do cenário, a juíza Diana Wanderlei, da 5.ª Vara Federal em Brasília, determinou que o governo federal reative imediatamente os radares e apresente, em até cinco dias, um plano orçamentário para garantir o funcionamento dos equipamentos.

Colatina e Baixo Guandu: pontos críticos na BR-259

Em Colatina, os radares estão instalados em pontos estratégicos da BR-259, incluindo os quilômetros 35,1; 44,4; 44,75; 56,53; 59,05; 60,3; 61 e 58,1. Já em Baixo Guandu, os equipamentos estão no km 91 e 91,2, em trechos que registram intenso fluxo de veículos pesados.

No Noroeste, a cidade de Nova Venécia conta com equipamentos de controle nos quilômetros 107,48; 107,52; 122,32 e 122,67 da BR-342. Em João Neiva, os pontos de monitoramento ficam no km 7,6; 7,8; 12,3 e 12,6 da BR-259. Já em Ecoporanga, há registro de radar no km 68,7 da BR-342.

Essas regiões são consideradas áreas de alto risco, tanto pela topografia quanto pelo volume de caminhões que cruzam as estradas.

Decisão fala em “caos na segurança”

Na decisão, a juíza destacou que a suspensão dos radares cria um cenário de “caos na segurança” das rodovias e representa omissão do governo federal em grandes proporções. Ela alertou que os responsáveis podem ser processados por improbidade administrativa e até crime de responsabilidade se não houver solução imediata.

Impacto para o Norte e Noroeste do ES

O desligamento dos radares preocupa motoristas e autoridades locais, já que a BR-259 e a BR-342 são corredores de escoamento da produção agrícola e de rochas ornamentais, além de rota diária de trabalhadores e estudantes.

Segundo especialistas, a ausência de fiscalização eletrônica aumenta o risco de acidentes graves, especialmente em curvas perigosas e áreas urbanas cortadas pelas rodovias, como ocorre em Colatina e Baixo Guandu.

A União deverá apresentar um plano de orçamento para manter os radares ativos e garantir a segurança viária. O caso faz parte de uma ação popular movida em 2019 pelo senador Fabiano Contarato (PT-ES), após a suspensão dos equipamentos no governo Bolsonaro.