As exportações do agronegócio do Espírito Santo, que atingiram o recorde de US$ 1,56 bilhão no primeiro semestre de 2025, estão sob ameaça devido às tarifas de até 50% impostas pelos Estados Unidos. O país norte-americano é o principal destino dos produtos capixabas, como café, pimenta-do-reino, mamão e gengibre, absorvendo 23% do valor total exportado no período.
Diante da sobretaxa, produtores avaliam estratégias para manter a competitividade, desde o ajuste de preços até a busca por novos mercados na Europa e Ásia. O setor cafeeiro, por exemplo, acredita que as negociações diplomáticas podem levar à isenção do produto, já que os EUA dependem do café brasileiro. Caso contrário, o plano é redirecionar a produção para outros continentes, como Europa e Ásia.
Para os produtores de mamão, cuja exportação para os EUA sai integralmente do Espírito Santo, o impacto é direto. O setor já negocia com clientes para dividir os custos e explora novos mercados, como o Chile. Já os produtores de gengibre sentiram uma queda imediata nos preços, com cancelamento de cargas e desvio de contêineres para a Europa, aumentando a concorrência com a China.
O governo estadual expressa preocupação também com a pimenta-do-reino e o pescado. Para a pimenta, a alternativa seria buscar acordos comerciais com a China e o México para reduzir tarifas. No caso do pescado, a exportação para a Ásia é inviável pelo custo do frete, e a União Europeia impõe muitas barreiras, tornando o Reino Unido um mercado potencial a ser explorado.