A rotina de uma mãe e seu filho de 12 anos, morador do bairro Canivete, em Linhares, foi transformada pela chegada de um companheiro de quatro patas. Diagnosticado com Transtorno do Espectro Autista (TEA), Gabriell Vinicius encontrou em Loock, um cão de assistência, a segurança e o estímulo que precisava para superar profundas dificuldades de socialização, em uma jornada que destaca o poder do amor e de terapias inovadoras.
Antes da chegada do cão, o caminho da família foi marcado por desafios. O diagnóstico de TEA só foi confirmado aos quatro anos e meio, após um longo percurso de exames e incertezas. Sem convívio social, Gabriell se isolava, era alvo de agressões na rua e, como consequência, se automutilava em casa. A situação impunha à mãe uma rotina de vigilância constante e angústia, lutando para compreender e proteger o filho.
A mudança começou após a recomendação de uma médica do Hospital Infantil de Vitória, que sugeriu a introdução de um cão de assistência. Loock, um American Staffordshire Terrier, foi especialmente treinado para proteger e auxiliar crianças com TEA. Contrariando a aparência robusta da raça, o cão demonstra um comportamento dócil e uma sensibilidade aguçada, sendo capaz de proteger Gabriell de ameaças e de incentivá-lo a interagir e brincar.
O impacto positivo da amizade foi tão significativo que o companheirismo de Loock substituiu parte da medicação do garoto, tornando-se a principal terapia para seu desenvolvimento. Hoje, Gabriell conversa e interage por horas com seu protetor. A história da dupla serve como um poderoso exemplo do potencial das terapias assistidas por animais e, ao mesmo tempo, lança luz sobre a luta diária de mães atípicas, que necessitam de mais apoio, respeito e visibilidade da sociedade.
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